Depois de um acidente de viação, uma jovem acorda aprisionada num bunker. Depois de tentar fugir, é informada pelo seu captor que o mundo foi devastado por um ataque nuclear. No entanto, ela receia pela sua vida dentro do bunker, mesmo sem saber que perigos poderão estar lá fora.
Escrever sobre 10 Cloverfield Lane é algo complicado, correndo o fácil risco de cair no delicado campo dos spoilers. O filme é um projecto mantido em grande secretismo pela Paramount e pelo seu mega-produtor, J. J. Abrams, projecto que o mundo só soube da sua existência dois meses antes da sua estreia, algo extremamente difícil na nossa era da internet, em que se sabe sobre todos os projectos cinematográficos. Assim, a existência deste novo Cloverfield foi uma enorme surpresa. No entanto, esta não é exactamente uma sequela da homenagem de Abrams e Matte Reeves aos filmes de mosntros dos anos 50 como era o seu antecessor, estreado em 2008. Não, aqui, para além de se deixar de lado o found-footage, entramos num território bastante diferente. A espécie de sequela espiritual é agora realizada por Dan Trachtenberg e trata-se de um thriller cuja acção passa-se, maioritariamente, no referido bunker, com apenas três personagens. E daqui resulta então um grande e exemplar exercício de suspense e tensão, ao longo de quase duas horas.
Mary Elizabeth Winstead, John Goodman e John Gallagher Jr. são os protagonistas e encontram-se em exceente forma, especialemente Winstead (actriz a ter muito em conta) e Goodman (diz-se ser um dos principais candidatos a nomeações a Óscar), com trabalhos fabulosos por aqui. De resto, Trachtenberg cria um inesperado thriller de terror psicológico, sempre eficaz e com um excelente ritmo, que culmina num terceiro acto de cortar a respiração, onde não se pode elaborar muito sem entrar em spoilers.
10 Cloverfield Lane é um produto completamente distinto do seu antecessor, uma obra que vive sem o primeiro filme mas que, em conjunto, formam um pequeno universo partilhado. Com um par de protagonistas exemplares e momentos de suspense e tensão de cortar à faca, culminando num twist inesperado e bem elaborado, estamos perante uma das grandes surpresas deste 2016, uma obra que merece, sem dúvida alguma, ser descoberta e que deixa o espctador a desejar que Abrams e companhia continuem a caminhar por este universo.
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